quinta-feira, 17 de junho de 2010

Se pendurando por ai..


Tenho a simples impressão de que o louco que se aventura a pendurar-se em um tecido tem certa semelhança com um jornalista. Primeiramente, é claro, porque como louca e jornalista tive a experiência de deslisar em um tecido aéreo. E também porque nas andanças cotidianas de meus pés jornalísticos, sinto-me como em um tecido aéreo. Quem sai diariamente em busca de informação é aquele que não sabe o que reserva sua aventura. Aprende a cada novo passo, cresce a cada nova altura.
Não poderia deixar de mecionar que, além da semelhança entre as artes (porque cá pra nós, jornalista precisa ser artista, precisa driblar circunstâncias, se aventurar nas palavras e respirar a criatividade), a prática do jornalismo leva a crescer e erguer, assim como o tecido. A cada nova pirueta, cada novo malabarismo entre o tecido, percebe-se um novo ar, um tanto mais alto, um tanto perigoso. Do medo sai um novo movimento. Da reportagem um novo olhar. Quem aventura-se a subir mais alto, é o que, com toda a certeza, chega lá!
Embora os músculos sintam a cada novo crescimento na arte de dançar em um tecido, o alongamento faz com que eles se apropriem para toda a nova façanha. Embora o jornalista encontre no dia-a-dia os clichês da profissão, vale a pena alongar-se para extrair de si o mais belo conteúdo...

SIM, DÓI... MAS NO FIM, COMPENSA! APLAUSOS!!!

O tecido é uma modalidade aérea circense, também denominada tecido acrobático, tecido aéreo ou tecido circense. Ao contrário de outras centenárias modalidades do circo, como o malabares, as acrobacias e o trapézio, o tecido apresentou seu desenvolvimento nos últimos anos.
Sobre a história desta prática, no ocidente, um dos relatos mais antigos é uma experiência nas décadas de 1920 e 1930, em Berlim (Alemanha), por alguns artistas que realizaram movimentos com as cortinas de um cabaré.
Não se sabe ao certo quem o inventou, mas se acredita que o tecido é uma extensão do trabalho de corda lisa, uma modalidade que antigamente era de sisal e atualmente é de algodão (esta última confere maior flexibilidade e conforto durante as travas). Por sua vez, parece que as performances na corda tenham surgido das evoluções realizadas pelos artistas quando subiam ao trapézio, ou até mesmo durante a instalação do circo, na qual se utilizam as cordas para subir e descer das alturas.
A inexistência de regras e a necessidade de inovar e criar, típicas das artes cênicas, fez surgir diferentes formas de prática do tecido na modernidade. Deste modo, a forma de fixar o tecido, assim como a altura, pode variar, e estes fatores influenciarão os tipos de travas truques e quedas que poderão ser executados. Geralmente, o tecido é fixado acima dos 4 metros de altura (até 12 aprox.), mas vale ressaltar que um trabalho de iniciação nesta modalidade pode e deve ser realizado a poucos metros de altura, o que oferece maior segurança para o aprendiz.
De acordo com uma pesquisa realizada, a prática do tecido aparece em diferentes contextos, não apenas debaixo da lona do Circo tradicional, mas também em academias, teatros, escolas, universidades, boates, clubes, dentre outros, e também com distintos objetivos.
O tecido é um dos aparelhos de mais fácil aprendizagem, sobretudo porque o material se molda ao corpo e se adapta de acordo com as características do praticante. Já os outros aparelhos, como o trapézio e a lira, por exemplo, exigem maior força e domínio corporal e também exigem que o corpo do praticante se molde ao aparelho, beneficiando, portanto, os que têm mais flexibilidade e força.

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